4/21/2006

Esquecimento

Esse de quem eu era e que era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.

Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tacteio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!

E desse que era meu já não me lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos!...

Como te entendo bem, Florbela Espanca

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

ate um dia...em que não seja necessário esquecermos-nos...saudade do que não somos...

8:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Saímos pelo mundo à procura dos nossos sonhos e ideias...Muitas vezes colocamos nos lugares mais inacessíveis o que está ao alcance das nossas mãos. quando decobrimos o erro, sentimos que perdemos tempo, procurando lá longe o que estava tão perto. Culpamo-nos pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.

12:49 da manhã  
Blogger karmatoon said...

Incrível, acabei de publicar um soneto de Florbela Espanca no meu blog, e quando venho dar a espreitadela do costume ao teu, minha querida amiga...

E sim, como eu a entendo bem, também...

2:14 da tarde  
Blogger Bruno Pereira said...

Também eu gosto muito da maneira como escreves ;)

9:37 da tarde  

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