Esquecimento
Esse de quem eu era e que era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tacteio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
E desse que era meu já não me lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos!...
Como te entendo bem, Florbela Espanca
4 Comments:
ate um dia...em que não seja necessário esquecermos-nos...saudade do que não somos...
Saímos pelo mundo à procura dos nossos sonhos e ideias...Muitas vezes colocamos nos lugares mais inacessíveis o que está ao alcance das nossas mãos. quando decobrimos o erro, sentimos que perdemos tempo, procurando lá longe o que estava tão perto. Culpamo-nos pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Incrível, acabei de publicar um soneto de Florbela Espanca no meu blog, e quando venho dar a espreitadela do costume ao teu, minha querida amiga...
E sim, como eu a entendo bem, também...
Também eu gosto muito da maneira como escreves ;)
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